Luxúria, sedução, vermelho
As faces voltam-se
Abrem-se as bocas e coram-se as caras.
…os olhares timidamente baixam.
Acaricia o arco as cordas quentes
Em gemidos fúteis
Levanta decidida a cabeça e olha
Mãos na cintura olhar de degola
Vestida de negro para contrastar
Lá vem ela de encontro ao par
Direito na frente duelo de passos
Levanta lentamente e roda nos saltos
Dois toques de mestre no mesmo tom
Frente a frente, tentação e dom
Um rodopio, uma mão na nuca
De encontro ao desejo mão na cintura
Pernas e braços enlaçados em si
Poemas e prosas voltados a ti
Luzes, sombras, gestos
Alguém se esconde…
Eis senão quando o momento fatal…
Mão que escorrega se ajeita e tal
Há burburinhos dos machos em volta
Os olhos da fêmea não mostram revolta
Começa a disputa, a caça, a guerra
Aperta-se o cerco em redor dela
Tenta escapar na fúria da dança
Ele não deixa, rodopia e cansa
Ela empurrada joelho no chão
Alma roubada, falta o coração
Puxa de novo encontra o corpo dele
Olho por olho, pele por pele
Três passos `a esquerda meia volta e gira
Larga-a no próximo que mostrar magia
Punho cerrado e grito de raiva
Tudo se cala…recomeça a dança.
Quatro que tentam, meias voltas em sorte
Movimentos dançantes de vida e de morte
Ele sozinho vem-se aproximando
Os lacaios sedentos a vão abandonando
Eis senão quando acontece o improviso
Toda a matilha se levanta sem aviso
Pares e pares no parceiro mais próximo
Todos alinhados e gritam: E´ nosso!
Acaricia o arco as cordas quentes
Em gemidos fúteis
Sincronizados em tons claros de revolta
Ganham sedutoras em cada volta
No meio de todos passeia de escuro
A voz que conduz escondida no muro
Tudo se prepara para o momento final
O reencontro dos dois no cenário habitual
Os lacaios sedentos preparam o ritual
Ele lá está para o golpe fatal.
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